EPIFANIAS INDICA: RJ / Espetáculo Teatral "Vazio é o que não falta, Miranda"



Espetáculo da jovem companhia Teatro Inominável apresenta quatro atrizes e um diretor tentando montar uma peça de teatro

Estreia no dia 4 de setembro, no Teatro Glaucio Gill

A jovem companhia carioca Teatro Inominável apresenta o seu novo espetáculo, “VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA”. A peça propõe uma reflexão sobre o ato de criação de uma obra de arte, no caso, a própria peça de teatro. Tanto o elenco de quatro atrizes (Adassa Martins, Fabíola Sens, Flávia Naves e Helena Cantidio) como o diretor (Diogo Liberano) estão em cena, atados numa busca ininterrupta por aquilo que já se encontra ante ao espectador: o próprio espetáculo.

O processo iniciado em dezembro de 2009 partiu de uma proposta muito específica: se debruçar sobre fontes diversas com o intuito de investigar as etapas do que seria um processo de transposição para a cena dos meandros dramáticos de tais referências. Dentre os materiais usados como estímulos criativos destacam-se obras do dramaturgo Samuel Beckett, filmes como Dogville e Cidade dos Sonhos, respectivamente de Lars Von Trier e David Lynch, além do quadro As Meninas, de Diego Velásquez.

Durante boa parte do processo, que durou cerca de sete meses, a equipe esteve num embate contínuo com estas e inúmeras outras referências, produzindo cenas e uma dramaturgia marcada pela exposição do processo de construção do espetáculo. O teatro é o instrumento pelo qual as atrizes tentam se relacionar com o mundo e falar das questões que lhe são caras. A angústia existencial do ser humano é colocada lado a lado com a angústia criacional do grupo de jovens artistas.

O espetáculo começou como um projeto curricular dentro do curso de Direção Teatral da UFRJ, do qual o diretor Diogo Liberano é graduando. Ele pontua: “optamos por matrizes dramáticas que já tivessem alguma reflexão metalingüística sugerida, sobre a qual as atrizes pudessem somar a sua opinião sobre a construção do espetáculo. Assim, VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA se configura como uma encenação que é a metáfora do nosso próprio processo de criação”.

Na maioria das obras escolhidas como estímulos para o processo, observou-se um olhar sobre o ser humano marcado pelo absurdo da condição humana, pela angústia e esvaziamento dos valores, resultando num vazio existencial característico do homem contemporâneo. Diante dessa presença por vezes incorpórea, o esforço durante o processo foi o de tirar proveito do vazio, buscando sinalizar para a sua existência enquanto parte constituinte de todo e qualquer ser.

São quatro atrizes construindo cenas numa peça que não se monta de fato, visto que faz parte de sua própria constituição ser pedaço, incompreensão, tentativa. “VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA acabou virando um estudo sobre erro, tentativa, boicote e sobre o agora. Virou um estudo principalmente sobre os limites e expansões que fazem parte do ato de criar uma obra”, afirma Flávia Naves, uma das atrizes que integram o Teatro Inominável.

No blog do espetáculo (desesperandogodot.blogspot.com) é possível encontrar o relatório de cada um dos ensaios, além de artigos, vídeos, imagens e reflexões produzidas pela equipe durante o processo. De acordo com a proposta de encenação (também presente no blog), “não há nenhuma história aparente. Nada é dito. Tudo está para ser construído. O sentido de VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA está na busca do sentido. A peça é uma espera pelo olhar que a habitará e que se completa com a imagem do espectador”.

O espetáculo, que integra a ocupação Câmbio do Teatro Glaucio Gill, é uma aposta em intuições, por meio de um jogo com a linguagem e a exposição de sua própria falência. O próprio título do espetáculo, de acordo com a atriz Helena Cantidio “abre interpretações variadas, pois sugere a existência do vazio ao mesmo tempo em que sugere quase que uma declaração de amor ao vazio, como um convite para que o homem se disponha a jogar e se divertir com tudo aquilo que lhe é falta”.

SERVIÇO
VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA de Diogo Liberano. Comitragédia. Uma reflexão sobre o ato de criação de uma peça de teatro. Tanto o elenco como o diretor estão em cena, atados numa busca ininterrupta por aquilo que já se encontra ante ao espectador: o próprio espetáculo. Com Adassa Martins, Fabíola Sens, Flávia Naves e Helena Cantidio. Dir. Diogo Liberano. (60min). Teatro Glaucio Gill. Sab e dom, 19h. R$10. 16 anos. Até 19/09.

Local: Teatro Glaucio Gill
Direção e dramaturgia – Diogo Liberano
Criação, dramaturgia e atuação – Adassa Martins, Helena Cantidio, Fabíola Sens e Flávia Naves
Temporada: 4 a 19 de setembro de 2010
Dias e horários: Sábados e domingos às 19h
Duração: 60 minutos
Ingresso: R$ 10,00 (dez reais) e R$ 5,00 (cinco reais) para estudantes e maiores de 60 (sessenta) anos
Lotação: 104 lugares
Classificação indicativa: 16 anos

TEATRO INOMINáVEL
teatroinominavel.blogspot.com

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